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Como envolver os familiares, cuidadores e pacientes no cuidado multidisciplinar da ferida crônica







Como envolver familiares, cuidadores e pacientes no cuidado multidisciplinar da ferida crônica? (Dicas práticas)


Curar feridas é historicamente uma das práticas mais básicas e essenciais da civilização humana. De papiros egípcios aos campos de batalha da Crimeia, existem relatos de cuidados com feridas que visavam desde a prevenção de infecções até o desenvolvimento de curativos caseiros com mel, gorduras e tecidos de algodão.(1)


Encontramos na literatura alguns conceitos a cerca de feridas crônicas que levam em consideração tempo de cicatrização e fisiopatologia. De modo geral, podemos compreender como aquelas feridas que não passaram por um processo reparador ordenado e oportuno para produzir integridade anatômica e funcional por um período de 3 meses. Frequentemente as feridas crônicas estagnam na fase inflamatória de cicatrização.(2,3)


As características mais comuns apresentadas entre as feridas crônicas são: inflamação excessiva, infecções persistentes, biofilme microbiano resistente à drogas e incapacidade regenerativa celular. E alguns dos fatores que predispõe ao acometimento de feridas crônicas são: infecções, pressão excessiva na pele, insuficiências vasculares, doenças crônicas como HAS e DM, estado nutricional prejudicado, presença de corpo estranho e deficiências imunológicas.(2-4)


Assegurar a adesão das equipes de cuidado a terapêutica curativa proposta é um desafio, assim como engajar pacientes e cuidadores. A educação do paciente e de sua rede de cuidados é uma das intervenções multiprofissionais mais importante em todas as esferas de assistência à saúde e deve levar em consideração capacidade de auto cuidado, conhecimentos prévios e adquiridos de todos os participantes dos processos de educação e habilidade prévias e adquiridas para a terapia sugerida.(5)


O processo educacional em saúde deve conter os seguintes passos: reconhecimento das possíveis barreiras do aprendizado e comunicação; identificação da pessoa envolvida no processo educacional; orientação durante o período de hospitalização e o mais precoce possível; definição do melhor método de ensino de acordo com o nível de entendimento dos envolvidos; avaliação da compreensão do individuo; identificação da necessidade de reforço das orientações; confirmação do alcance do objetivo realizando o teach back, que é técnica compreendida quando o profissional solicita que o paciente ou cuidador repita com suas palavras aquilo que foi orientado.(5)


Referências


1. Powers JG. et al. Wound healing and treating wounds: Chronic wound care and management. Journal of the American Academy of Dermatology, 2016; 74 (4)

2. Werdin F. et al. Evidence-based Management Strategies for Treatment of Chronic Wounds. Journal of Plastic Surgery, 2009; 9: e19

3. Frykberg GR, Banks J. Challenges in the Treatment of Chronic Wounds. Advances in Wound Care, 2015; 4 (9)

4. Jones RH. et al. Management of chronic wounds. JAMA Insights, 2018.

5. Matos LBN et. al. Campanha diga não a lesão por pressão. BRASPEN Journal, 2020; 35 (Supl 1) 2-32


Texto elaborado por: Ricardo Ferrer - Enfermeiro da EMTN do hospital Rede D'or São Luiz Itaim e Especialista em Terapia Nutricional Parenteral e Enteral pela BRASPEN.




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