Elaborado por: Michele Coelho Vicente
Enfermeira da EMTN do hospital Sírio Libanês (SP)
A passagem de sonda nasoenteral tem como objetivo oferecer suporte nutricional aos pacientes que não conseguem se alimentar por via oral. Essa técnica envolve riscos que são inerentes ao procedimento (1).
Segundo a Classificação Internacional de Segurança do Paciente da Organização Mundial da Saúde, o evento adverso é um incidente, ou seja, uma circunstância que pode resultar em dano desnecessário ao paciente (2).
Para as instituições de saúde, é primordial estabelecer protocolos assistenciais para direcionar e capacitar o profissional, tornando-o apto para realizar a passagem de sonda nasoenteral à beira leito (3).
Durante a passagem de sonda nasoenteral à beira leito às cegas, complicações respiratórias destacam-se nos eventos adversos, em dois grandes estudos n = 9.931 e 740 pacientes, 2% dos tubos são inseridos no pulmão, com desfecho de pneumonia. Estando sujeito a intervenções hemodinâmicas para drenagem de pneumotórax, empiema, hemorragia pulmonar, fistula broncopleural, perfuração esofágica, tais eventos acarretam internações prolongadas e até predispõe o paciente a morte (3,4,5,6).
Outras complicações descritas na literatura são lesões das cordas vocais e laríngeas. As perfurações intestinal e intracraniana, são citadas com cenários catastróficos (1).
Outro evento adverso é a perda acidental da sonda nasoenteral por obstrução associada ao uso de medicamentos obstrutores e má prática assistencial no cuidado, assim como a saída acidental por quadros de alterações neurológicas e demência (1).
As lesões de pele estão em evidência relacionada ao dispositivo de sonda nasoenteral, a pressão excessiva exercida pela fixação da sonda no nariz, causa lesão de pele, denominadas lesões por dispositivos médicos e são frequentes nas Unidades de Terapias Intensivas (UTI) (1).
Preocupados com a falta de padronização das instituições e em desenvolver boas práticas na confirmação do posicionamento das sondas nasoenterais, a Sociedade Americana de Nutrição Enteral e Parenteral (ASPEN) em parceria com o movimento para segurança do paciente, convocou grupos de trabalhos com equipes interprofissionais e elaborou o projeto, novas oportunidades para verificação da localização do tubo enteral (NOVEL) no âmbito pediátrico, com expansão para o paciente adulto com outras parcerias, como a Associação Americana de Enfermeiros de Cuidados Críticos (AACN), a Academia de Enfermeiros Médicos / Cirúrgicos (AMSN) ente outras(7,8,9).
O projeto NOVEL recomenda:
1. Verificar o pH, considera um método seguro pH≤ 5,5;
2. Realizar a mensuração da sonda utilizando a técnica NEMU, medindo da ponta do nariz
até o lóbulo da orelha, prossiga até o ponto intermediário entre o xifóide e o umbigo;
3. O profissional deve desenvolver habilidades e pensamento crítico durante o procedimento;
4. A confirmação do posicionamento da sonda pelo Rx de abdômen, permanece sendo o padrão ouro, avaliando todo o trajeto percorrido pela sonda (7,8,9).
O ASPEN nos pacientes adultos hospitalizados, recomenda a avaliação de competências, para elaborar padrões para a colocação de sonda nasoenteral, onde avalia o desempenho do profissional, habilidade, ética, proficiência e eficiência (7).
Várias técnicas são confiáveis para a confirmação do posicionamento da sonda, avaliação de pH (1,5 a 5), capnografia, dispositivos de colocação eletromagnética, endoscopia, ultrassom, fluoroscopia, tecnologias com câmera e Rx de abdômen. A ASPEN ressalta a importância no critério de avaliação do profissional, para a confirmação da sonda por todo o trajeto percorrido até a sua extremidade e no manejo do instrumento a ser empregado (7).
A elaboração de protocolos com práticas baseadas em evidências para a passagem de sonda nasoenteral minimiza o erro, centros de simulações realísticas para a formação de grupos especializados no manejo do procedimento é recomendado para a aplicabilidade no ambiente hospitalar (7).
Referências
1. Motta APG, Rigobello MCG, Silveira RCCP, Gimenes FRE. Nasogastric/nasoenteric tube-related adverse events: an integrative review. Rev. Latino-Am. Enfermagem. 2021;29: e3400.
2. Brasil.Ministério da Saúde. Documento de referência para o Programa Nacional de Segurança do Paciente - 2014 [Internet]. [citado 2021 jul 12]. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/svs1/1998/prt0272_08_04_1998.html
3. Anziliero F, Beghetto MG. Incidents and adverse events in enteral feeding tube users: warnings based on a cohort study. Nutr Hosp. 2018 Feb 27;35(2):259-264.
4. Sparks DA, Chase DM, Coughlin LM, Perry E. Pulmonary complications of 9931 narrow-bore nasoenteric tubes during blind placement: a critical review. J Parenter Enteral Nutr. 2011;35(5):625-629.
5. Rassias AJ, Ball PA, Corwin HL. A prospective study of tracheopulmonary
complications associated with the placement of narrow-bore enteral feeding tubes. Crit Care. 1998;2(1):25-28.
6. Metheny N, Krieger M, Healey F, Meert K. A review of guidelines to distinguish between gastric and pulmonary placement of nasogastric tubes. Heart Lung. 2019;48(3):226-235.
7. Powers J, Brown B, Lyman B, Escuro AA, Linford L, Gorsuch K, et al. Development of a Competency Model for Placement and Verification of Nasogastric and Nasoenteric Feeding Tubes for Adult Hospitalized Patients. Nutr Clin Pract. 2021 Jun;36(3):517-533.
8. Judd M. Confirming nasogastric tube placement in adults. Nursing. 2020 Apr;50(4):43-46.
9. Lyman B, Peyton C, Healey F. Reducing nasogastric tube misplacement through evidence-based practice [Internet]. American Nurse [Internet]. 2018 [cited 2011 Jul 13]; 13(11):v. 6-11p.Available in: https://www.myamericannurse.com/reducing-nasogastric-tube-misplacement/
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